quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Há corações?
- E quem disse que eu tenho um coração?
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Rádio ruído.
Saudade do chiado. Chiado do começo de uma música qualquer de Edith Piaf.
O meu aparelho de som chia, mas não porque o disco está ralado. É porque o canal esquerdo está falhando, o batimento do coração dele indica a falência, de uma maneira que por enquanto não me é nostálgica.
Liv.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Caneta e papel.
Talvez seja porque para mim escrever seja de certa forma algo tão íntimo que eu me sinto bem ao pensar que aquela pessoa dedicou um tempo a pegar um papel e escrever algo para mim. Meu lado vintage que ama cartas, do tamanho que forem.
Liv.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Meu Donnie.
Ele é um filhote que não olhava você de frente (a não ser que você esteja comendo), que sai correndo desvairadamente do nada do corredor que leva aos quartos para a sala e vice-versa, é um cachorro que sai correndo do nada (de onde quer que ele esteja) também parecendo uma bala para a "cama" dele para dormir na mesma hora em que deita nela. E todo mundo fica "oi?".
Donnie queria morder o ar, coloca o brinquedo na nossa mão para que alguém puxe dele (mas não tirar da boca dele, ele gosta de um cabo de guerra), e que fica olhando para a porta gemendo alucinadamente quando alguém sai de casa. Carente, doido, desembestado, viciado em morder tornozelos, mão, nariz, Donnie também não tem dignidade alguma. Quando alguém chega em casa, ele geme feito louco, enquanto anda até a pessoa, se rastejando pelo chão e gemendo, implorando por carinho. E é isso que me anima todo dia.
Quando ele escuta a porta do meu quarto abrindo, ele vem me dar bom dia, quando eu chego em casa, ele fica doido, quando eu estou no computador, ele deita aos meus pés, e me olha com uma expressão de insultado quando eu saio. Mas eu não resisto à loucura dele. Dá vontade de apertar, apertar, apertar, até esmagá-lo. Uma coisa bem Happy Tree Friends.
Liv.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Friday I'm in <3
Natasha
segunda-feira, 20 de julho de 2009
'Tô só olhando.
Pela discussão, o dopa-garotinhas parece o mais sensato. Pelo menos argumenta melhor. Mas o primeiro continua insistindo/acusando. Diz que o dopa-garotinhas está lhe roubando um amigo. A confusão toda soa meo gay. E chega a um limite que dá vontade de se meter e mandar os três calarem a boca. Mas eu sou voyer: só observo, não falo nada.
Liv.
terça-feira, 7 de julho de 2009
Alice
No começo, ela morava numa caixinha de sapato, mas logo descobriu como sair e passou a explorar toda a casa do Igor. Corria da sala até a cozinha e depois até o quarto. Parava na porta, olhava p'ra mim e pro Igor e saia correndo de novo! Escondia-se debaixo da cama, mas seus lugares favoritos eram debaixo da geladeira e do fogão.
Imaginem o contentamento dela quando descobriu o quintal! Fica lá, brincandinho horas e horas com as plantinhas e depois corria p'ra dentro de casa de novo.
Fingia-se de blasè, mas era super conversante! Ficava horas e horas conversando com o papai, né, coelha? Adorava quando o papai pegava no colo - lembra que você fez xixi no papai duas vezes, danadinha? - e quando o papai ficava lhe enchendo de cheiros e beijinhos. Todo dia a Alicinha perguntava de mim e eu perguntava se ela tava comendo direitinho, se tava dormindo, se tava brincando. O Igor era o intermediário de nossas conversinhas de coelha, né, linda?
Mas nem tudo são rosas na vida de Alice. No dia 25, numa ida descuidada ao quintal, acabou sendo morta por um gato ¬¬' - psicopata assassino mau mau!
Nunca vou esquecer a carinha do Igor me falando disso. O jeito com a voz dele tava embargada e as lágrimas caindo. =/ Drama típico dos pais que não planejam os filhos e nem sempre conseguem cuidar deles da forma adequada.
Só vi Alice uma vez e todas as minhas vivências foram vividas pelo Igor com ela e não por mim. Mas ela era uma parte tão importante na minha vida. Minha coelhinha, sabe, minha filha. Espero que ela esteja bem no céu dos coelhos com minhas outras filhas coelhas - a Coelha Branca e a Coelha Cinza. Mamãe ama você, lindinha. Não vou me esquecer de ti, ok?
Natasha
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Sobre um cretino II
Todos diziam que ela tinha o coração de pedra. Mas não. Ela não tinha: tinha um coração de vidro. Parecia firme à primeira vista, mas alguns socos e ele estilhaçava. E cortava tudo o que houvesse ao redor.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Sobre um cretino.
O rapaz a viu se distanciando e continuou parado, de pé. Levou o cigarro aos lábios e abaixou a cabeça enquanto o acendia. Só então, levantou o olhar novamente para a loira que descia as escadas, arrastando a mala.
- Cuidado para não cair da escada. - ele disse com descaso, ao expirar a fumaça pelos lábios, erguendo ligeiramente o queixo. Seu olhar exibia uma completa indiferença. O rapaz não se deu ao trabalho de ficar ali para ouvir uma resposta. Simplesmente, virou as costas e saiu dali. Ela queria que ele agisse como um filho da puta? Conseguira. Ele seria um maldito filho da puta então.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Battle for the sun.
Pra mim, continua sendo o mesmo som do Meds e das outros... Asletras estão mais otimistas? Verdade. Mas não é aquela coisa exagerada que todo mundo tava com receio. Um exemplo disso é o refrão de "Battle of the sun": "Dream brother my killer my lover/Dream brother my killer my lover". Super feliz, hein?
E outra música que pra mim não tem nada de feliz: Julien. Olha o refrão dela:"You can run but you can't hid, because no one here gets out alive//Find a friend in whom you can confide, Julien you're a slow motion suicide". Slow motion suicide? Totalmente Placebo.
Enfim, vale a pena dar uma conferida no cd, sério. Eu me viciei (e eu sou meio fácil de viciar em música), quem sabe você não se vicia também...
Liv.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Trip.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
desciclopediando
Você quis dizer: Fernando Pessoa
Google sobre Igor
Você quis dizer: Robert Smith
Google sobre Igor
"Adoro"
Francisco Eduardo sobre Igor
"Misantropo de cu é rola"
Andrezim sobre Igor
"Quer ser eu"
Raniere sobre Igor
"Praticamente uma moça"
Nádja sobre Igor
"Padawan"
Hugo Jardel sobre Igor
"Tô pra fumar nas calças"
Igor sobre seu vício
"Porquinho oinc oinc"
Natasha sobre Igor
"O Igor é chegado. Considero ele pra porra."
Vini sobre Igor
"Cadê nossa mulher?"
Viviana sobre a namorada do Igor
"Eu pegava"
Danillo sobre Igor
"Eu também"
Professor de Filosofia sobre Igor
"Eu também-bém-bém-bém"
Lovefoxxx sobre Igor.
"Um puritano"
Danillo sobre Igor.
"Já peguei"
Garotinha otaku sobre Igor
"Eu também"
Noiva-Cadáver sobre Igor
"Jesus ama você"
Crente sobre Igor
"Ele traiu o movimento pós-punk, véi"
Dado Dolabella sobre Igor
"Tira essa roupa preta porque você não é caveira, você é muleque, MULEQUE!!!"
Capitão Nascimento sobre Igor
"Se eu pudesse, eu ateizava mil"
Jeremias sobre ateísmo
"Um Igor pra chamar de seu"
Slogan da campanha que mostra a importância do Igor na vida das pessoas.
"O maior filósofo depois de mim, claro"
Eduardo Bonitinho sobre Igor
"Furou meu olho"
Roniel sobre Igor
"O meu também"
Vini sobre Igor
"Filtrooo"
Carol sobre Igor
"Sou mais punk que ele"
Sid Vitor sobre Igor
"Oê oê oê eu sou mais indie que você"
Indie sobre Igor
"Ne-yo"
Erich sobre Igor.
"Duvido que ele exista"
Bertrand Russel sobre Igor
"Isso NON Ecziste"
Padre Quevedo sobre Igor.
"Tenho medo"
Regina Duarte sobre Igor
"Na Reversal Russa, o Igor se socializa com você"
Reversal Russa sobre Igor
"Na Holanda o Igor fala mal de si mesmo, não precisa dos outros pra falar mal."
Reversal holandesa sobre Igor
"Nos Estados Unidos, o Igor converte os teístas"
Universal Reversa sobre Igor
"Ahaza! Se joga"
Sr. Orgastic sobre Igor
"Atoron! Atoron o perIGOn dele!
Grace Kelly sobre Igor
Igor Robert Smith Voltaire Bertrand Russel Fernando Pessoa Roosevelt, também conhecido como Falso Misantropo, Neon-Iluminista, Idiota na Colina, Filósofo Ignorante, Amante Latino, é um famoso (cof cof) poeta, músico, escritor, filósofo e misantropo. Seus textos e poemas são mais conhecidos e divulgados que os de Oscar Wilde, o que o torna a pessoa mais citada no orkut e no Google. Seu perigon é, contudo, mais conhecido que suas obras.
Conhecido também por seus hábitos boêmios de poeta maldito como fumar, fumar nas calças, pegar garotinhas com menos de 15 anos e professores com mais de 30.Ele simplesmente não perdoa.
Por ser um cético, ele sempre se questiona a respeito da extensão de sua sapiência, da imensidão do seu saber e da a dimensão do seu intelecto. Mas isso não o impede de ser metido, pedante, pretensioso, orgulhoso e nem de falar mal das outras pessoas.
Frases famosas:
1. Me popper.
2. Deleuze me livre.
3. Coelha coelha.
4. Peixe peixe.
5. Eu odeio esses cults.
6. Quando você vai resolver pedir aHegel?
7. Não há como mensurar a dimensão do meu intelecto.
8. Te dou um montinho.
9. O homem feu-er-bach.
10. Camarada, camarada.
Portanto também é um deficiente mental...
Este é mais um desocupado que não tinha porra nenhuma pra fazer, e cansado de contemplar a empolgante vida sexual dos caramujos-de-jardim, resolveu fazer uma porcaria que preste: resolveu filosofar, ou em outras palavras, resolveu ser um desempregado.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Mister Kroppmann, back.
ps: O ex-modelo mais tatuado ever. Acho isso bem digno.
Liv.
sábado, 9 de maio de 2009
Casos
Conheci uma senhora com quem tenho uma relação mais ou menos intensa. Ela enxerga nos outros mais semelhanças que diferenças. Afinal, temos mesmo essa parte, numa camada mais profunda, que tentamos controlar. Daí tentamos ser tão racionais. Mais do que admitimos.
Essa segunda parte de nós mesmos é a mais impulsiva, pulsante. Um tanto selvagem, intemperstiva: ela quer sensações. É isso.
Para nos reafirmar naquilo que pensamos ser, muitas vezes precisamos de privações de várias espécies (seja inclusive não se impedir de não experimentar). Só assim nos aproximamos do ideal de nós mesmos, um perímetro um tanto fixo. De certa forma essa solidez toda apazigua. Entretanto somos feito nuvens, ela diz às vezes. A parte mais externa é um desenho que muda de acordo com a força dos ventos.
**
/Essa senhora usa muitas metáforas, como geralmente as pessoas em fase terminal o fazem. Eu a visito no leito. Devo alguns favores, é verdade, mas por outro lado, sinto que devo fazer isso... não sei bem por que. Ela ainda está bem e me liga aos fim de semana.
/Alencar
terça-feira, 5 de maio de 2009
Nem ouvi a porta bater
Não que este seja um ato consciente ou volitivo, mas já não caibo nos lugares onde costumava caber. Já não consigo manter as mesmas conversas e rir falsamente para o que eu nem sempre gosto ou concordo. Fingir está cada vez mais difícil e a sociabilidade me é misteriosa. Não entendo como eu costumava ser tão simpática. Não sei o que há comigo.
E aquela vontade doentia e constante de me conectar jaz perdida e não consigo encontrá-la. Escrevo cartas curtas e nem sempre tão reais. Não que eu escreva por conveniência. Não. Mas não há muito há ser escrito. Cansei de falar de mim. Cansei de falar de mim. Não entendo como ainda encontra-se ternura e carinho em minhas missivas.
Se eu pudesse voltar o tempo, eu trancaria todas as portas e jogaria as chaves fora para ninguém sair da minha vida. Mas não é assim que a vida funciona. A dialeticidade da história traz e leva as pessoas como as ondas do mar. E ninguém deve ser obrigado a aguentar as fases da lua.
Natasha
E eu aqui meio vintage.
Fui atrás do mp3 player. Merda, sem pilha.
E agora?, pensei. Quse desolada, olhei para o criado-mudo, e ali, do ladinho dos cds... uma pilha de fitas cassete (e mais ao fundo, uma caixa delas).
Eu quase tive um acesso de riso quando achei uma fita que eu gravei com Cradle Filth no auge dos meus 14 anos. E a vibe nostalgia se apoderou de mim ao escutar fitas não-nomeadas e fiquei"Porra, que old!". Achei clássicos, coisas que eu nem lembrava de ter gravado. Tem de Enya à Cradle.
Me senti quase indie-underground.
Liv.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Repeat [ON]
A primeira vez que eu escutei achei estranho, porque esse cd é bem diferente dos cds passados, mas agora eu me vejo batendo os pés no ritmo das músicas, querendo dançá-las, cantando as letras que continuam irônicas/obsessivas que é o que mais gosto em Franz.
E como se não bastasse estar viciada no cd, eu fui ver os vídeos das músicas. Adorei o clipe de "Ulysses" e "No you girls" e claro que essas duas músicas grudaram na minha cabeça de um jeito que eu não consigo me livrar delas. Eu acordei de madrugada, por causa da garganta inflamada, e lá veio na minha cabeça "Do you never wonder? No, no, no..." de No you girls.
Tonight não tem tanto aquela pegada de rock, e está mais calmo, e não é tão dançante quanto os cds passados, mas bem, pelo menos ainda é Franz.
Do you never wonder?
No, no, no....
~Liv.
sábado, 28 de fevereiro de 2009
Sobre um vício.
Empresto minhas emoções a personagens, empresto a eles meus vários eus e os disfarço com características que os tornam meros personagens. Mas no meu diário, lá estão eles (meus eus, não os personagens), sem disfarces. Puramente eu. Transcrita em páginas pautadas de caderno comum.
Uma caneta, um pedaço de papel, um pouco de inspiração ou às vezes nada dela: minha terapia, meu divã, meu ópio.
Liv.
domingo, 22 de fevereiro de 2009
Estamos ancorados. A terceira pessoa do plural é pra não me sentir muito só no fundo do oceano. Não queria falar em ondas, mas seria o mesmo que falar em destino, em metas, em sonhos ou caminhadas. Ondas são mais azuis, mais espumantes e se encaixam melhor nesse parágrafo.
Nossos cabelos vão sendo aos poucos levados pelas ondas. Muito mais também, inevitavelmente, irá. Nossa pele, tão morta que se desprende, ainda que uma parte se renove para depois seguir, livre no oceano.
O nó na corda é mais uma metáfora, refém desse contexto, que agora dele não dá pra fugir. Também o que nos prende - me acompanhe mais uma vez - se desfaz. Lentamente ou não, depende da vontade, e antes disso da consciência de vontade.
Uma vez desamarrados, com um pouco de ar, a natureza ajuda. Emergir, uma aventura perspicaz. Da terra ao céu, o vento não é onda, a gravidade não é mar. A âncora invisível.
“Que peso é esse que nos impede de voar?”
***
Sem erro de continuidade, um trabalho da britâniza Zena Holloway. =)
http://www.zenaholloway.com/zena.html
/alencar
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Give just one more dance.
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Enjoy it!
Natasha
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Barbara Kruger.
domingo, 25 de janeiro de 2009
Sinto sede.
Me sinto desapontada. Arranco o esmalte das unhas para me distrair e não pensar. Pinto as unhas de novo apenas para tirar o esmalte depois outra vez. Escrevo para tirar os pensamentos da cabeça e fixá-los num outro lugar. Durmo também. Assim, para passar o tempo mesmo. Mas aí acordo, abro os olhos, coloco os pés no chão e penso "ok, e agora?"
Olho o mundo com sede insaciável de mundo, com um coração que, meio assim, se comprime.
Liv.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
VOLÚPIA
No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te meu corpo prometido à morte!
A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!
Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!
E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...
Natasha
sábado, 17 de janeiro de 2009
Miss Clara.
Miss Clara é um elo de um grupo.
A distância não desfazerá o grupo porque os braços das pessoas dele são longos e bem entrelaçados uns nos outros. Mas Miss Clara será missed by them.
Por meses, que eu nem sei realmente quantos serão, Miss Clara não chegará na aula vestida com as roupas das quais faço piadas, Miss Clara não cairá no boliche de bunda no chão, Miss Clara não vai dizer "Tá disperso, tá disperso!".
O verbo "to miss" já faz sentido - e pesa - agora só com a idéia de que Miss Clara vai embora. Não para sempre, sei, mas saudade é sentida por qualquer período de distância: um dia, uma semana, um mês, um ano. E por mais que isso às vezes. Saudade é sentida antes da pessoa se afastar. And I'm missing Miss Clara already.
[na foto: eu e miss clara]
Liv.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Sobre um primeiro dia.
Eles estavam assim ontem, no último dia do ano passado, e estão assim hoje, no primeiro dia do ano novo. Esses dois dias foram iguais. Nada de novo. Nenhuma mudança palpável. Nada. É apenas um outro dia. Passadas as festas, a euforia e a ressaca, tudo volta ao normal. As promessas, feitas debaixo dos fogos ao som de gritos eufóricos (causados mais provavelmente por causa da festa em si e de álcool nas veias) perdem seu charme, deixam de ser atraentes. Perdem suas forças. Promessas são feitas todos os dias. Mais da metade é quebrada na primeira oportunidade. Promessas de fim de ano não são exclusão à regra.
O “esse ano vai ser diferente” repete como um disco ralado. Cansei disso. Cansei de expectativas que crescem morrem, crescem de novo, morrem novamente. Cansei de expectativas. Cansei do “tudo muda, mas muda muito pouco”. Já não me basta pequenas mudanças a passos de tartarugas. São passos lentos demais para uma pessoa inquieta como eu. Quero pegar a tartaruga e jogá-la bem longe. Mas meu desejo de dar grandes passos nasce morrendo: cansei de expectativas. É melhor não tê-las. Entretanto, essa expectativa é insistente: quer surgir o tempo todo, vindo do otimismo e desejos por parte dos amigos, propagandas e programas de TV. A consciência me protege, dá um soco nela: não veja expectativa, para depois se tornar decepção.
Não culpe minha protetora consciência: ela vem de uma mente que sonhou demais e viu pouco do que esperou e imaginou se tornar real. Essa consciência não é pessimista, só cautelosa. O sonho (e a esperança) afinal é como o silêncio: um zumbido insistente, que ora acalma, ora assusta; toma sua mente e não sai enquanto alguém não arrancá-lo.
[É, texto escrito no primeiro dia do ano, que eu vim postar hoje. Bjus, Liv]