quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Já, já passa.

Vivo de obsessões momentâneas.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Há corações?

- Menina, cuidado! De tanto machucar o coração dos outros, você ainda há de machucar seu coração.
- E quem disse que eu tenho um coração?


quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Rádio ruído.

Eu gosto do chiado de rádio. Me lembra os discos de vinil que ainda tive a oportunidade de escutar quando eu era pequena demais para saber dizer agora que discos eram esses. Mas lembro bem do chiado dos discos já muito usados por uma década anterior à minha. Lembro do cheiro de madeira, de mofo até. Eu sentia a mesma sensação quando escutava o rádio antigo do meu tio.
Saudade do chiado. Chiado do começo de uma música qualquer de Edith Piaf.
O meu aparelho de som chia, mas não porque o disco está ralado. É porque o canal esquerdo está falhando, o batimento do coração dele indica a falência, de uma maneira que por enquanto não me é nostálgica.


Liv.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Caneta e papel.

Eu já tinha notado antes, mas tinha esquecido, o quanto eu gosto de coisas escritas à mão. Ver a letra de uma pessoa, principalmente uma pessoa que eu não conheço pessoalmente, é uma estrana curiosidade. Como se a letra pudesse me dizer algo sobre a tal pessoa.
Talvez seja porque para mim escrever seja de certa forma algo tão íntimo que eu me sinto bem ao pensar que aquela pessoa dedicou um tempo a pegar um papel e escrever algo para mim. Meu lado vintage que ama cartas, do tamanho que forem.

Liv.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Meu Donnie.

O nome dele foi tirado de um filme. Não fui eu que escolhi, mas meu irmão. Donnie Darko. E eu não sei se o nome alterou de algum modo a personalidade do cachorro ou se simplesmente se encaixou perfeitamente. Donnie é doido. Assim como o personagem do filme, tem problema.

Ele é um filhote que não olhava você de frente (a não ser que você esteja comendo), que sai correndo desvairadamente do nada do corredor que leva aos quartos para a sala e vice-versa, é um cachorro que sai correndo do nada (de onde quer que ele esteja) também parecendo uma bala para a "cama" dele para dormir na mesma hora em que deita nela. E todo mundo fica "oi?".

Donnie queria morder o ar, coloca o brinquedo na nossa mão para que alguém puxe dele (mas não tirar da boca dele, ele gosta de um cabo de guerra), e que fica olhando para a porta gemendo alucinadamente quando alguém sai de casa. Carente, doido, desembestado, viciado em morder tornozelos, mão, nariz, Donnie também não tem dignidade alguma. Quando alguém chega em casa, ele geme feito louco, enquanto anda até a pessoa, se rastejando pelo chão e gemendo, implorando por carinho. E é isso que me anima todo dia.

Quando ele escuta a porta do meu quarto abrindo, ele vem me dar bom dia, quando eu chego em casa, ele fica doido, quando eu estou no computador, ele deita aos meus pés, e me olha com uma expressão de insultado quando eu saio. Mas eu não resisto à loucura dele. Dá vontade de apertar, apertar, apertar, até esmagá-lo. Uma coisa bem Happy Tree Friends.

Liv.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Friday I'm in <3

Fuçando nos blogs da vida vi essa imagem hoje e achei fofíssima. *-* Toda sexta-feira eu me lembro dessa música. Seja causa do título auto-explicativo ou por causa de tudo que ela representa pra mim. ˆˆ Então achei que seria legal colocar essa imagenzinha aqui... Nem vou postar a letra aqui. Deixo para que cada um faça sua própria interpretação. =P

Natasha

Mr.Grey Sky

O barulho de uma chuva suave me acordou de um sonho com neve.
Meus olhos se abriram para encarar um dia nublado, um eu nublado.
Meu coração é hoje algo melancólico e calmo.

E também serenamente feliz.

Liv.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

'Tô só olhando.

Da janela do meu quarto, observo uma briga entre três amigos. Um diz que é super leal e acusa o outro de ser só amigo do terceiro há dois meses, logo não muito confiável. O segundo se defende. O terceiro está revoltado. O primeiro-super-leal esquenta a briga. O segundo é acusado de ser fura-olho do terceiro. Frases são jogadas na cara de um e de outro. Eu me divirto. O primeiro acusa o segundo de se fazer de vítima. Alguém diz que o segundo já dopou meninas em festa. O outro pede silêncio do tipo "Porra, fala baixo".

Pela discussão, o dopa-garotinhas parece o mais sensato. Pelo menos argumenta melhor. Mas o primeiro continua insistindo/acusando. Diz que o dopa-garotinhas está lhe roubando um amigo. A confusão toda soa meo gay. E chega a um limite que dá vontade de se meter e mandar os três calarem a boca. Mas eu sou voyer: só observo, não falo nada.

Liv.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Alice

(13/06/09 - 25/06/09)

Alice chegou em nosso convívio no dia 13 de junho de 2009. Foi meu presente de dia dos namorados. Afinal, que outro presente eu, coelha com complexo de mãe, poderia esperar? Só de pensar que ela cabia na minha mão e que era tão tímida, tão coelhinha *-*

No começo, ela morava numa caixinha de sapato, mas logo descobriu como sair e passou a explorar toda a casa do Igor. Corria da sala até a cozinha e depois até o quarto. Parava na porta, olhava p'ra mim e pro Igor e saia correndo de novo! Escondia-se debaixo da cama, mas seus lugares favoritos eram debaixo da geladeira e do fogão.

Imaginem o contentamento dela quando descobriu o quintal! Fica lá, brincandinho horas e horas com as plantinhas e depois corria p'ra dentro de casa de novo.

Fingia-se de blasè, mas era super conversante! Ficava horas e horas conversando com o papai, né, coelha? Adorava quando o papai pegava no colo - lembra que você fez xixi no papai duas vezes, danadinha? - e quando o papai ficava lhe enchendo de cheiros e beijinhos. Todo dia a Alicinha perguntava de mim e eu perguntava se ela tava comendo direitinho, se tava dormindo, se tava brincando. O Igor era o intermediário de nossas conversinhas de coelha, né, linda?

Mas nem tudo são rosas na vida de Alice. No dia 25, numa ida descuidada ao quintal, acabou sendo morta por um gato ¬¬' - psicopata assassino mau mau!

Nunca vou esquecer a carinha do Igor me falando disso. O jeito com a voz dele tava embargada e as lágrimas caindo. =/ Drama típico dos pais que não planejam os filhos e nem sempre conseguem cuidar deles da forma adequada.

Só vi Alice uma vez e todas as minhas vivências foram vividas pelo Igor com ela e não por mim. Mas ela era uma parte tão importante na minha vida. Minha coelhinha, sabe, minha filha. Espero que ela esteja bem no céu dos coelhos com minhas outras filhas coelhas - a Coelha Branca e a Coelha Cinza. Mamãe ama você, lindinha. Não vou me esquecer de ti, ok?

Natasha

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Sobre um cretino II

Ela sentiu as lágrimas chegarem aos olhos, enquanto sentia uma espécie de sufoco apertar-lhe o peito, tirar-lhe o ar. O descaso das palavras dele ressoava em seu ouvido como se ele estivesse logo ao seu lado, sussurrando em seu ouvido. A garota notou que suas mãos tremiam e então segurou a alça da mala com força, como se isso a impedisse de tremer. Ela mexeu a cabeça com rigor, tentando afastar as lágrimas dos olhos. Rangeu os dentes.
Todos diziam que ela tinha o coração de pedra. Mas não. Ela não tinha: tinha um coração de vidro. Parecia firme à primeira vista, mas alguns socos e ele estilhaçava. E cortava tudo o que houvesse ao redor.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Sobre um cretino.

Ele ergueu o olhar para ela. Parecia irritado, irônico, desapontado. Era um olhar de quem se cansara de se importar. Ela conseguira deixá-lo insensível: já não se preocupava mais se iria machucá-la (quando ele tentou de tudo para saber como evitar isso), ou com os sentimentos dela. Não se importava mais se ela o amava ou não, ou se ele não a correspondia. A garota conseguira com ele ligasse o "Foda-se" para valer.
O rapaz a viu se distanciando e continuou parado, de pé. Levou o cigarro aos lábios e abaixou a cabeça enquanto o acendia. Só então, levantou o olhar novamente para a loira que descia as escadas, arrastando a mala.
- Cuidado para não cair da escada. - ele disse com descaso, ao expirar a fumaça pelos lábios, erguendo ligeiramente o queixo. Seu olhar exibia uma completa indiferença. O rapaz não se deu ao trabalho de ficar ali para ouvir uma resposta. Simplesmente, virou as costas e saiu dali. Ela queria que ele agisse como um filho da puta? Conseguira. Ele seria um maldito filho da puta então.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Battle for the sun.


Alguém aí já escutou o novo cd do Placebo? Não? Pois baixe e escute. Agora. O cd está muito bom (ou pelo menos pra mim está). Está na minha playlist e no repeat. A diferença é que, ao contrário do que eu conheço de Placebo, esse é um cd mais otimista também. E é isso o que aterrorizava todo mundo: Placebo otimista? Vi comentários de fãs com medo de que Placebo virasse o Mika. Mas claro, Mika é um exagero.

Pra mim, continua sendo o mesmo som do Meds e das outros... Asletras estão mais otimistas? Verdade. Mas não é aquela coisa exagerada que todo mundo tava com receio. Um exemplo disso é o refrão de "Battle of the sun": "Dream brother my killer my lover/Dream brother my killer my lover". Super feliz, hein?

E outra música que pra mim não tem nada de feliz: Julien. Olha o refrão dela:"You can run but you can't hid, because no one here gets out alive//Find a friend in whom you can confide, Julien you're a slow motion suicide". Slow motion suicide? Totalmente Placebo.

Enfim, vale a pena dar uma conferida no cd, sério. Eu me viciei (e eu sou meio fácil de viciar em música), quem sabe você não se vicia também...

Liv.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Trip.


Eu queria um pouco de férias.

Conhecer um lugar diferente, pegar uma câmera fotográfica e fotografar o momento, o local.

Quero assim, ver o mar, apenas vê-lo.

Quero andar num cais e ver o infinito não-infinito horizonte.


Liv.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

desciclopediando

Se você deseja saber mais sobre os desocupados que praticam essa porcaria, veja: Filósofo. E para saber mais sobre desocupados que pretendem praticar essa porcaria, veja: aluno de filosofia.

Você quis dizer: Fernando Pessoa
Google sobre Igor
Você quis dizer: Robert Smith
Google sobre Igor

"Adoro"
Francisco Eduardo sobre Igor

"Misantropo de cu é rola"
Andrezim sobre Igor

"Quer ser eu"
Raniere sobre Igor

"Praticamente uma moça"
Nádja sobre Igor

"Padawan"
Hugo Jardel sobre Igor

"Tô pra fumar nas calças"
Igor sobre seu vício

"Porquinho oinc oinc"
Natasha sobre Igor

"O Igor é chegado. Considero ele pra porra."
Vini sobre Igor

"Cadê nossa mulher?"
Viviana sobre a namorada do Igor

"Eu pegava"
Danillo sobre Igor

"Eu também"
Professor de Filosofia sobre Igor

"Eu também-bém-bém-bém"
Lovefoxxx sobre Igor.

"Um puritano"
Danillo sobre Igor.

"Já peguei"
Garotinha otaku sobre Igor

"Eu também"
Noiva-Cadáver sobre Igor

"Jesus ama você"
Crente sobre Igor

"Ele traiu o movimento pós-punk, véi"
Dado Dolabella sobre Igor

"Tira essa roupa preta porque você não é caveira, você é muleque, MULEQUE!!!"
Capitão Nascimento sobre Igor

"Se eu pudesse, eu ateizava mil"
Jeremias sobre ateísmo

"Um Igor pra chamar de seu"
Slogan da campanha que mostra a importância do Igor na vida das pessoas.

"O maior filósofo depois de mim, claro"
Eduardo Bonitinho sobre Igor

"Furou meu olho"
Roniel sobre Igor

"O meu também"
Vini sobre Igor

"Filtrooo"
Carol sobre Igor

"Sou mais punk que ele"
Sid Vitor sobre Igor

"Oê oê oê eu sou mais indie que você"
Indie sobre Igor

"Ne-yo"
Erich sobre Igor.

"Duvido que ele exista"
Bertrand Russel sobre Igor

"Isso NON Ecziste"
Padre Quevedo sobre Igor.

"Tenho medo"
Regina Duarte sobre Igor

"Na Reversal Russa, o Igor se socializa com você"
Reversal Russa sobre Igor

"Na Holanda o Igor fala mal de si mesmo, não precisa dos outros pra falar mal."
Reversal holandesa sobre Igor

"Nos Estados Unidos, o Igor converte os teístas"
Universal Reversa sobre Igor

"Ahaza! Se joga"
Sr. Orgastic sobre Igor

"Atoron! Atoron o perIGOn dele!
Grace Kelly sobre Igor

Igor Robert Smith Voltaire Bertrand Russel Fernando Pessoa Roosevelt, também conhecido como Falso Misantropo, Neon-Iluminista, Idiota na Colina, Filósofo Ignorante, Amante Latino, é um famoso (cof cof) poeta, músico, escritor, filósofo e misantropo. Seus textos e poemas são mais conhecidos e divulgados que os de Oscar Wilde, o que o torna a pessoa mais citada no orkut e no Google. Seu perigon é, contudo, mais conhecido que suas obras.

Conhecido também por seus hábitos boêmios de poeta maldito como fumar, fumar nas calças, pegar garotinhas com menos de 15 anos e professores com mais de 30.Ele simplesmente não perdoa.

Por ser um cético, ele sempre se questiona a respeito da extensão de sua sapiência, da imensidão do seu saber e da a dimensão do seu intelecto. Mas isso não o impede de ser metido, pedante, pretensioso, orgulhoso e nem de falar mal das outras pessoas.


Frases famosas:
1. Me popper.
2. Deleuze me livre.
3. Coelha coelha.
4. Peixe peixe.
5. Eu odeio esses cults.
6. Quando você vai resolver pedir aHegel?
7. Não há como mensurar a dimensão do meu intelecto.
8. Te dou um montinho.
9. O homem feu-er-bach.
10. Camarada, camarada.

Esse Cara é um Filósofo
Portanto também é um deficiente mental...

Este é mais um desocupado que não tinha porra nenhuma pra fazer, e cansado de contemplar a empolgante vida sexual dos caramujos-de-jardim, resolveu fazer uma porcaria que preste: resolveu filosofar, ou em outras palavras, resolveu ser um desempregado.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Mister Kroppmann, back.

Eu já havia dito antes, sou viciada em olhar sites de modelos... e por isso mesmo, eu conheço vários nomes da cena fashion, e alguns nomes bem obscuros que ninguém (pelo menos aqui no Brasil) nunca ouviu falar. Eu AMO do fundo do meu coraçãozinho doente e amargo um modelo chamado Jonathan Kroppmann (sim,sei, já comentei isso há muito tempo, quando coloquei umas fotos da camapanha da Juicy Couture). E por que eu estou falando nele? Porque Mr. Kroppmann largou a vida de modelo e agora me sinto vazia.

Eu nunca mais havia visto nada dele, nenhuma fotinha nova, nada. E nunca mais o nome dele havia sido citado no blog da agência Red Ny (a agência dele) e eu só "mas que merda u.u". Aí eu olhei o site mesmo da agência e o nome dele não estava mais lá. E claro, fiquei "COMO ASSIM, BIAL? Onde ele tá agora?". Mas eu lembrei que eu tenho ele adicionado no myspace. E claro, fui na cara dura, mandar uma msg para ele, perguntando se ele tinha realmente saído da Red e tal... e ele respondeu: "I did drop out. Im not sure if I will be getting back into it.
you are not bothering me lol ;)".

A minha primeira reação foi: "que lindo, ele respondeu!" pra depois eu me tocar que ele tinha realmente largado a Red. E eu fiquei em depressão por dias e dias (ok, exagero detectado). Maaaas estava eu sem ter o que fazer num dia morgado na net, e coloquei o nome do cara no Google. E voilà, fotos novas! Só duas, mas quem se importa? Fiquei feliz que ele ainda vai me deixar feliz tirando foto de novo... sério.


ps: O ex-modelo mais tatuado ever. Acho isso bem digno.

Liv.

sábado, 9 de maio de 2009

Casos



Conheci uma senhora com quem tenho uma relação mais ou menos intensa. Ela enxerga nos outros mais semelhanças que diferenças. Afinal, temos mesmo essa parte, numa camada mais profunda, que tentamos controlar. Daí tentamos ser tão racionais. Mais do que admitimos.


Essa segunda parte de nós mesmos é a mais impulsiva, pulsante. Um tanto selvagem, intemperstiva: ela quer sensações. É isso.


Para nos reafirmar naquilo que pensamos ser, muitas vezes precisamos de privações de várias espécies (seja inclusive não se impedir de não experimentar). Só assim nos aproximamos do ideal de nós mesmos, um perímetro um tanto fixo. De certa forma essa solidez toda apazigua. Entretanto somos feito nuvens, ela diz às vezes. A parte mais externa é um desenho que muda de acordo com a força dos ventos.


**

/Essa senhora usa muitas metáforas, como geralmente as pessoas em fase terminal o fazem. Eu a visito no leito. Devo alguns favores, é verdade, mas por outro lado, sinto que devo fazer isso... não sei bem por que. Ela ainda está bem e me liga aos fim de semana.


/Alencar

terça-feira, 5 de maio de 2009

Nem ouvi a porta bater

Doloroso não é quando batem a porta na nossa cara e sim quando saímos silenciosamente da vida das pessoas e nem ouvimos a porta bater. E sinto que estou lentamente saindo da vida das pessoas que costumavam ser importante para a minha vida.

Não que este seja um ato consciente ou volitivo, mas já não caibo nos lugares onde costumava caber. Já não consigo manter as mesmas conversas e rir falsamente para o que eu nem sempre gosto ou concordo. Fingir está cada vez mais difícil e a sociabilidade me é misteriosa. Não entendo como eu costumava ser tão simpática. Não sei o que há comigo.

E aquela vontade doentia e constante de me conectar jaz perdida e não consigo encontrá-la. Escrevo cartas curtas e nem sempre tão reais. Não que eu escreva por conveniência. Não. Mas não há muito há ser escrito. Cansei de falar de mim. Cansei de falar de mim. Não entendo como ainda encontra-se ternura e carinho em minhas missivas.

Se eu pudesse voltar o tempo, eu trancaria todas as portas e jogaria as chaves fora para ninguém sair da minha vida. Mas não é assim que a vida funciona. A dialeticidade da história traz e leva as pessoas como as ondas do mar. E ninguém deve ser obrigado a aguentar as fases da lua.

Natasha

E eu aqui meio vintage.


É quase automático: eu entro no quarto,tranco a porta e ligo o aparelho de som. Ontem, especialmente, o aparelho me deixou na mão: simplesmente se recusou a ler os meus cds. E as músicas na rádio não me agradavam...

Fui atrás do mp3 player. Merda, sem pilha.

E agora?, pensei. Quse desolada, olhei para o criado-mudo, e ali, do ladinho dos cds... uma pilha de fitas cassete (e mais ao fundo, uma caixa delas).

Eu quase tive um acesso de riso quando achei uma fita que eu gravei com Cradle Filth no auge dos meus 14 anos. E a vibe nostalgia se apoderou de mim ao escutar fitas não-nomeadas e fiquei"Porra, que old!". Achei clássicos, coisas que eu nem lembrava de ter gravado. Tem de Enya à Cradle.

Me senti quase indie-underground.

Liv.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Repeat [ON]


Há dois dias eu olhei para a pasta de músicas no meu computador e eu olhei para a pasta de Franz Ferdinand e pensei "putz, eu nem escutei o cd novo direito ainda", aí cliquei na pasta que tinha o cd "Tonight" e... resultado: eu não consigo parar de escutar.

A primeira vez que eu escutei achei estranho, porque esse cd é bem diferente dos cds passados, mas agora eu me vejo batendo os pés no ritmo das músicas, querendo dançá-las, cantando as letras que continuam irônicas/obsessivas que é o que mais gosto em Franz.

E como se não bastasse estar viciada no cd, eu fui ver os vídeos das músicas. Adorei o clipe de "Ulysses" e "No you girls" e claro que essas duas músicas grudaram na minha cabeça de um jeito que eu não consigo me livrar delas. Eu acordei de madrugada, por causa da garganta inflamada, e lá veio na minha cabeça "Do you never wonder? No, no, no..." de No you girls.

Tonight não tem tanto aquela pegada de rock, e está mais calmo, e não é tão dançante quanto os cds passados, mas bem, pelo menos ainda é Franz.

Do you never wonder?
No, no, no....

~Liv.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Sobre um vício.


Eu sei por que me sinto tão angustiada quando não consigo escrever: escrever é o exorcismo dos meus demônios. Como se fosse o suficiente para me livrar deles. E às vezes isso realmente acontece. Escrever é meu cigarro, é minha droga, é meu desabafo. Quando ofereço minhas palavras e ninguém as lê, sinto-me como o amigo que procura se abrir com o outro e é rejeitado.

Empresto minhas emoções a personagens, empresto a eles meus vários eus e os disfarço com características que os tornam meros personagens. Mas no meu diário, lá estão eles (meus eus, não os personagens), sem disfarces. Puramente eu. Transcrita em páginas pautadas de caderno comum.

Uma caneta, um pedaço de papel, um pouco de inspiração ou às vezes nada dela: minha terapia, meu divã, meu ópio.


Liv.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Estamos ancorados. A terceira pessoa do plural é pra não me sentir muito só no fundo do oceano. Não queria falar em ondas, mas seria o mesmo que falar em destino, em metas, em sonhos ou caminhadas. Ondas são mais azuis, mais espumantes e se encaixam melhor nesse parágrafo.


Nossos cabelos vão sendo aos poucos levados pelas ondas. Muito mais também, inevitavelmente, irá. Nossa pele, tão morta que se desprende, ainda que uma parte se renove para depois seguir, livre no oceano.


O nó na corda é mais uma metáfora, refém desse contexto, que agora dele não dá pra fugir. Também o que nos prende - me acompanhe mais uma vez - se desfaz. Lentamente ou não, depende da vontade, e antes disso da consciência de vontade.


Uma vez desamarrados, com um pouco de ar, a natureza ajuda. Emergir, uma aventura perspicaz. Da terra ao céu, o vento não é onda, a gravidade não é mar. A âncora invisível.


“Que peso é esse que nos impede de voar?”


***




Sem erro de continuidade, um trabalho da britâniza Zena Holloway. =)


http://www.zenaholloway.com/zena.html





/alencar

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Give just one more dance.

Dançar resolve todos os problemas.
Triste ou alegre, ligo o som e tudo some; só o que importa é dançar, dançar, dançar, dançar.

E nem me importo com a ressaca nos pés depois.

Liv.

sábado, 7 de fevereiro de 2009




Seguindo a vibe de trabalhos artísticos de artistas, escolhi para esse post uma artista do grafite: Cali Rezo. Gosto muito dos trabalhos dela, porque parecem pinturas! E esses olhos são tão expressivos e incríveis. Adoro olhos grandes como os da Lívia! ^^ As imagens acima chamam-se Graces, Calligraphie e Angry respectivamente.

Enjoy it!

Natasha


quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Barbara Kruger.

Barbara Kruger é fotógrafa, publicitária e designer, nascida em 1945 em Nova Jersey, que usa a linguagem agressiva e imediata da propaganda como uma maneira de criticar e questionar a própria propaganda. A véia é boa. Duvida? Olhem então.













Legal, ne?
Bjus, comentem =*
Liv.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Sinto sede.

Nem sei mais se sinto o que sinto. Pensamentos aparecem na minha mente e somem antes de tomar forma, sobrepondo-se sobre outros pensamentos mal-nascidos e sumindo com esses também. Tudo uma bagunça. Minha mente está indecisa, contraditória. Olho pela varanda e sinto o vento soprar no rosto, pensando em como quero o mundo e em como não tenho (e nem terei) o mundo.

Me sinto desapontada. Arranco o esmalte das unhas para me distrair e não pensar. Pinto as unhas de novo apenas para tirar o esmalte depois outra vez. Escrevo para tirar os pensamentos da cabeça e fixá-los num outro lugar. Durmo também. Assim, para passar o tempo mesmo. Mas aí acordo, abro os olhos, coloco os pés no chão e penso "ok, e agora?"

Olho o mundo com sede insaciável de mundo, com um coração que, meio assim, se comprime.

Liv.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Deixo que a Flor mais Bela - Espanca - fale por mim.

VOLÚPIA

No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te meu corpo prometido à morte!

A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!

Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...

Natasha

sábado, 17 de janeiro de 2009

Miss Clara.


Miss Clara means a lot for me.
Miss Clara é um elo de um grupo.
A distância não desfazerá o grupo porque os braços das pessoas dele são longos e bem entrelaçados uns nos outros. Mas Miss Clara será missed by them.
Por meses, que eu nem sei realmente quantos serão, Miss Clara não chegará na aula vestida com as roupas das quais faço piadas, Miss Clara não cairá no boliche de bunda no chão, Miss Clara não vai dizer "Tá disperso, tá disperso!".
O verbo "to miss" já faz sentido - e pesa - agora só com a idéia de que Miss Clara vai embora. Não para sempre, sei, mas saudade é sentida por qualquer período de distância: um dia, uma semana, um mês, um ano. E por mais que isso às vezes. Saudade é sentida antes da pessoa se afastar. And I'm missing Miss Clara already.

[na foto: eu e miss clara]

Liv.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Sobre um primeiro dia.

O silêncio é um zumbido. Falta pouco para as 23h, quase uma hora para acabar o primeiro dia do ano. Olhando pela janela, vejo as ruas desertas, de uma aparente imobilidade, mudas. Olhando para o interior do quarto, vejo os móveis parados - mudos também. Não está quente, logo o ventilador não está ligado fazendo barulho. Eu escuto o silêncio, o insistente zumbido me cala. Ecos de pensamentos conversam comigo de maneira inaudível; os ursos de pelúcia sobre a cama me encaram - surdos-mudos – como se dissessem “estamos sempre aqui”. É o que me dizem também as ruas, o céu escuro da noite, os outros móveis do quarto. Meus companheiros imóveis, calados, mas meus companheiros.

Eles estavam assim ontem, no último dia do ano passado, e estão assim hoje, no primeiro dia do ano novo. Esses dois dias foram iguais. Nada de novo. Nenhuma mudança palpável. Nada. É apenas um outro dia. Passadas as festas, a euforia e a ressaca, tudo volta ao normal. As promessas, feitas debaixo dos fogos ao som de gritos eufóricos (causados mais provavelmente por causa da festa em si e de álcool nas veias) perdem seu charme, deixam de ser atraentes. Perdem suas forças. Promessas são feitas todos os dias. Mais da metade é quebrada na primeira oportunidade. Promessas de fim de ano não são exclusão à regra.

O “esse ano vai ser diferente” repete como um disco ralado. Cansei disso. Cansei de expectativas que crescem morrem, crescem de novo, morrem novamente. Cansei de expectativas. Cansei do “tudo muda, mas muda muito pouco”. Já não me basta pequenas mudanças a passos de tartarugas. São passos lentos demais para uma pessoa inquieta como eu. Quero pegar a tartaruga e jogá-la bem longe. Mas meu desejo de dar grandes passos nasce morrendo: cansei de expectativas. É melhor não tê-las. Entretanto, essa expectativa é insistente: quer surgir o tempo todo, vindo do otimismo e desejos por parte dos amigos, propagandas e programas de TV. A consciência me protege, dá um soco nela: não veja expectativa, para depois se tornar decepção.

Não culpe minha protetora consciência: ela vem de uma mente que sonhou demais e viu pouco do que esperou e imaginou se tornar real. Essa consciência não é pessimista, só cautelosa. O sonho (e a esperança) afinal é como o silêncio: um zumbido insistente, que ora acalma, ora assusta; toma sua mente e não sai enquanto alguém não arrancá-lo.

[É, texto escrito no primeiro dia do ano, que eu vim postar hoje. Bjus, Liv]