quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Barbara Kruger.

Barbara Kruger é fotógrafa, publicitária e designer, nascida em 1945 em Nova Jersey, que usa a linguagem agressiva e imediata da propaganda como uma maneira de criticar e questionar a própria propaganda. A véia é boa. Duvida? Olhem então.













Legal, ne?
Bjus, comentem =*
Liv.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Sinto sede.

Nem sei mais se sinto o que sinto. Pensamentos aparecem na minha mente e somem antes de tomar forma, sobrepondo-se sobre outros pensamentos mal-nascidos e sumindo com esses também. Tudo uma bagunça. Minha mente está indecisa, contraditória. Olho pela varanda e sinto o vento soprar no rosto, pensando em como quero o mundo e em como não tenho (e nem terei) o mundo.

Me sinto desapontada. Arranco o esmalte das unhas para me distrair e não pensar. Pinto as unhas de novo apenas para tirar o esmalte depois outra vez. Escrevo para tirar os pensamentos da cabeça e fixá-los num outro lugar. Durmo também. Assim, para passar o tempo mesmo. Mas aí acordo, abro os olhos, coloco os pés no chão e penso "ok, e agora?"

Olho o mundo com sede insaciável de mundo, com um coração que, meio assim, se comprime.

Liv.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Deixo que a Flor mais Bela - Espanca - fale por mim.

VOLÚPIA

No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te meu corpo prometido à morte!

A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!

Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...

Natasha

sábado, 17 de janeiro de 2009

Miss Clara.


Miss Clara means a lot for me.
Miss Clara é um elo de um grupo.
A distância não desfazerá o grupo porque os braços das pessoas dele são longos e bem entrelaçados uns nos outros. Mas Miss Clara será missed by them.
Por meses, que eu nem sei realmente quantos serão, Miss Clara não chegará na aula vestida com as roupas das quais faço piadas, Miss Clara não cairá no boliche de bunda no chão, Miss Clara não vai dizer "Tá disperso, tá disperso!".
O verbo "to miss" já faz sentido - e pesa - agora só com a idéia de que Miss Clara vai embora. Não para sempre, sei, mas saudade é sentida por qualquer período de distância: um dia, uma semana, um mês, um ano. E por mais que isso às vezes. Saudade é sentida antes da pessoa se afastar. And I'm missing Miss Clara already.

[na foto: eu e miss clara]

Liv.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Sobre um primeiro dia.

O silêncio é um zumbido. Falta pouco para as 23h, quase uma hora para acabar o primeiro dia do ano. Olhando pela janela, vejo as ruas desertas, de uma aparente imobilidade, mudas. Olhando para o interior do quarto, vejo os móveis parados - mudos também. Não está quente, logo o ventilador não está ligado fazendo barulho. Eu escuto o silêncio, o insistente zumbido me cala. Ecos de pensamentos conversam comigo de maneira inaudível; os ursos de pelúcia sobre a cama me encaram - surdos-mudos – como se dissessem “estamos sempre aqui”. É o que me dizem também as ruas, o céu escuro da noite, os outros móveis do quarto. Meus companheiros imóveis, calados, mas meus companheiros.

Eles estavam assim ontem, no último dia do ano passado, e estão assim hoje, no primeiro dia do ano novo. Esses dois dias foram iguais. Nada de novo. Nenhuma mudança palpável. Nada. É apenas um outro dia. Passadas as festas, a euforia e a ressaca, tudo volta ao normal. As promessas, feitas debaixo dos fogos ao som de gritos eufóricos (causados mais provavelmente por causa da festa em si e de álcool nas veias) perdem seu charme, deixam de ser atraentes. Perdem suas forças. Promessas são feitas todos os dias. Mais da metade é quebrada na primeira oportunidade. Promessas de fim de ano não são exclusão à regra.

O “esse ano vai ser diferente” repete como um disco ralado. Cansei disso. Cansei de expectativas que crescem morrem, crescem de novo, morrem novamente. Cansei de expectativas. Cansei do “tudo muda, mas muda muito pouco”. Já não me basta pequenas mudanças a passos de tartarugas. São passos lentos demais para uma pessoa inquieta como eu. Quero pegar a tartaruga e jogá-la bem longe. Mas meu desejo de dar grandes passos nasce morrendo: cansei de expectativas. É melhor não tê-las. Entretanto, essa expectativa é insistente: quer surgir o tempo todo, vindo do otimismo e desejos por parte dos amigos, propagandas e programas de TV. A consciência me protege, dá um soco nela: não veja expectativa, para depois se tornar decepção.

Não culpe minha protetora consciência: ela vem de uma mente que sonhou demais e viu pouco do que esperou e imaginou se tornar real. Essa consciência não é pessimista, só cautelosa. O sonho (e a esperança) afinal é como o silêncio: um zumbido insistente, que ora acalma, ora assusta; toma sua mente e não sai enquanto alguém não arrancá-lo.

[É, texto escrito no primeiro dia do ano, que eu vim postar hoje. Bjus, Liv]