domingo, 22 de fevereiro de 2009

Estamos ancorados. A terceira pessoa do plural é pra não me sentir muito só no fundo do oceano. Não queria falar em ondas, mas seria o mesmo que falar em destino, em metas, em sonhos ou caminhadas. Ondas são mais azuis, mais espumantes e se encaixam melhor nesse parágrafo.


Nossos cabelos vão sendo aos poucos levados pelas ondas. Muito mais também, inevitavelmente, irá. Nossa pele, tão morta que se desprende, ainda que uma parte se renove para depois seguir, livre no oceano.


O nó na corda é mais uma metáfora, refém desse contexto, que agora dele não dá pra fugir. Também o que nos prende - me acompanhe mais uma vez - se desfaz. Lentamente ou não, depende da vontade, e antes disso da consciência de vontade.


Uma vez desamarrados, com um pouco de ar, a natureza ajuda. Emergir, uma aventura perspicaz. Da terra ao céu, o vento não é onda, a gravidade não é mar. A âncora invisível.


“Que peso é esse que nos impede de voar?”


***




Sem erro de continuidade, um trabalho da britâniza Zena Holloway. =)


http://www.zenaholloway.com/zena.html





/alencar

3 comentários:

Sonhos de Tereza disse...

Milan Kundera fazendo escola!it

Volúpias Celestiais disse...

No meu caso, definitivament n é o peso do meu corpo xD

Anônimo disse...

gosto dos trabalhos dessa fotógrafa