quarta-feira, 24 de junho de 2009

Sobre um cretino II

Ela sentiu as lágrimas chegarem aos olhos, enquanto sentia uma espécie de sufoco apertar-lhe o peito, tirar-lhe o ar. O descaso das palavras dele ressoava em seu ouvido como se ele estivesse logo ao seu lado, sussurrando em seu ouvido. A garota notou que suas mãos tremiam e então segurou a alça da mala com força, como se isso a impedisse de tremer. Ela mexeu a cabeça com rigor, tentando afastar as lágrimas dos olhos. Rangeu os dentes.
Todos diziam que ela tinha o coração de pedra. Mas não. Ela não tinha: tinha um coração de vidro. Parecia firme à primeira vista, mas alguns socos e ele estilhaçava. E cortava tudo o que houvesse ao redor.