sábado, 28 de fevereiro de 2009

Sobre um vício.


Eu sei por que me sinto tão angustiada quando não consigo escrever: escrever é o exorcismo dos meus demônios. Como se fosse o suficiente para me livrar deles. E às vezes isso realmente acontece. Escrever é meu cigarro, é minha droga, é meu desabafo. Quando ofereço minhas palavras e ninguém as lê, sinto-me como o amigo que procura se abrir com o outro e é rejeitado.

Empresto minhas emoções a personagens, empresto a eles meus vários eus e os disfarço com características que os tornam meros personagens. Mas no meu diário, lá estão eles (meus eus, não os personagens), sem disfarces. Puramente eu. Transcrita em páginas pautadas de caderno comum.

Uma caneta, um pedaço de papel, um pouco de inspiração ou às vezes nada dela: minha terapia, meu divã, meu ópio.


Liv.

2 comentários:

Alencar disse...

estranho, lívia, eu me afeiçoei a pouca ou nenhuma platéia, algo até dirigido a nenhum público, a nao ser os acidentais. não era por medo das críticas, sentia mais como eram um campo de treinamento... de certa forma desleixado, nao periódico, não atual, nao informativo, não poético, não formal...

o negócio é que pensar em leitores é um troço complicado, você se questiona da autoridade que tem pra ser ouvido. ah... só consigo pensar em folhas em branco mesmo.

toltti disse...

escrever realmente é um santo remédio. a princípio pode ser algo sem muita coerência ou apelo estético, apenas para desestressar.

a prática, no entanto, pode levar ao desenvolvimento de belos textos, como parece ser o caso aqui.