Choro porque sou uma rosa frágil na neve - mesmo que o calor de Teresina faça essa afirmação parecer absurda. Choro porque me importo; não consigo ser indiferente. Preciso das pessoas, de afeto, de acarinho de atenção. Porque trago no peito um coração que bate de verdade, que não se aguenta de indignação com o mundo.
Choro porque não consigo lidar com a morte. Choro em catástrofes, por parentes, por desconhecidos que morrem todos os dias. Choro por crianças, velhos, mas não por adultos. Os adultos são maus. Fazem a gente chorar.
Choro quando não vejo algum amigo há séculos. Choro quando vejo pessoas queridas. Choro quando ouço Bon Jovi. E Sonata Arctica. Quandos também são porquês.
Choro. Choro quando não tenho lágrimas. Choro quando as tenho. Choro por msn, por carta, por email, por orkut. Choro como se tivesse sete anos, mesmo tendo vinte. Choro contando até dez para não chorar. Choro mesmo que achem isso uma doença.
Ombros, travesseiros, peitos, pernas, ônibus, bancos. Companheiros de choro. Multidões, pessoa, paredes. Expect-atores.
E quem disse que chorar não resolve é um louco! O sol sempre vem depois da chuva. As idéias sempre vêm depois do choro, mesmo que a gente nunca queira ver e prefica continuar chorando.
Natasha/Tereza