domingo, 2 de dezembro de 2007

A sorte de Marcela

A noite estava muito bonita naquela ocasião, Marcela estava deitada em um banco de uma praça, pensando em como poderia sair da enrascada em que se metera na tarde do mesmo dia, ela havia roubado um banco, sozinha. Os dez mil reais ainda estava fresquinhos em sua mochila. Como poderia aproveitar todo aquele dinheiro se estava sendo procurada por toda a polícia local? Não ia resolver nada ficar ali deitada, pensando, ela precisava agir.

Sentou-se e pôs-se a observar o que estava acontecendo próxima a Igreja, alguns mendigos dormiam profundamente embrulhados em jornais, alguns garotos fumavam e cheiravam solventes próximos a entrada da praça, a droga parecia estar agindo neles, pois estavam rindo bem alto. Renegados incompetentes, definhando daquele jeito nunca seriam iguais a ela. Percebeu também que alguém, em uma área pouco iluminada, chorava alto e soluçava bastante. A curiosidade fez com que ela se aproximasse e perguntasse, com fingido interesse que estava ali.

Eu me chamo Camila. Estava sendo perseguida por uns homens, resolvi me esconder aqui, mas agora estou com medo de sair. Meu endereço está nessa agenda disse empurrando a agenda, Marcela poderia me ajudar a chegar lá.

Marcela sorriu com a ingenuidade da garota, que parecia ter a sua idade, mas estava vestida com belas roupas de grife e uma bolsa também de marca. Os rostos das duas eram bastante parecidos... Uma perversa idéia veio à cabeça de Marcela, por quê não botá-la em prática? Já estava enrolada mesmo.

Ela pegou sua arma e, repentinamente, atirou na cabeça de Camila, desfigurando-a e a matando quase que instantaneamente. Para sorte de Marcela, os mendigos não acordaram e os garotos pareciam não se importar com o tiro.

Marcela trocou de roupa com Camila. Trocou os documentos também. Até que as roupas de grife não lhe caíram tão mal! Além disso, quando encontrassem o corpo, pensariam que fora mais um assassinato de mendigos, fato comum naquela cidade.

“Camila”, com sua nova identidade, viveria em paz com sua família e com a justiça não deveria mais se preocupar com nada, pois a emenda lhe sairá melhor que a encomenda.

Natasha

Um comentário:

Alencar disse...

piadinha do caribe...