A casa era simples, de taipa. Tons terrosos por toda a parte. O lugar parecia longínquo e isolado. O fim do mundo. Um homem sentava no batente da portinha de madeira azul já quase desobotada. Nos olhos escuros, um brilho profundo de quem vivia a vida e de quem era vivido por ela. No rosto, as marcas de uma velhice precoce, marcas das aflições de mil vidas. Aos 33 anos, ele aparentava 47, e já tinha 5 filhos. Dois rapazotes, um já com ares de homem, e duas meninas que se portavam como mulheres responsáveis, embora ainda fossem meninas.
Ele mascava o fumo como já lhe era um hábito desde os 6 anos, e quando olhou para as nuvens soube que a chuva chegaria em uma hora e trinta e um minutos. E um sorriso lhe abriu os lábios rachados, num sorriso de esperança.
Liv.
ps: texto antiguinho que encontrei em meio a um monte de velharia.